quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Voilà 2010!


Quem ousa dizer que os anos passam todos iguais? Que festa de Natal tem discussão em família e na festa de ano Novo todos vão para as praias ver o ano chegar mais cedo, está enganado.
Se perceberem bem, desde que criei meu blog, em Julho de 2007, eu dei uma boa envelhecida. Disse a minha sobrinha, ao meu ver de óculos ontem, enquanto fazia minhas artes, que eu já estava ficando velhinha. Eu, meio desconfiada e já compreendendo o que ela falava e a que relacionava o "velhinha" - o suporte do óculos que colocamos para não perdê-los pela casa. Diga-se de passagem que perder os óculos nesta idade nos deixa mesmos incapazes...rs!
Sim, gente, eu estou mais velha mesmo! Mais ranzinza, mais intolerável, não ando gostando de barulhos e na Festa de Natal do dia 25 que durou do meio dia às 2 da madrugada, fiquei meio afastada de todos, meio entristecida,pelos cantos... Isso é sinal de que estamos envelhecendo...
E minha mãe teima em dizer que todos os anos são iguais, que só muda o calendário e blá, blá, blá...
Confesso que ando meio cheia da minha mãe, melhor, inteira, até o topo! Conforme os blá-blá-blás vão nascendo eu fico em silêncio, pestanejando e me perguntando como uma pessoa pode viver tantos anos dizendo a mesma coisa.
Já disse para as minhas irmãs que quando eu ficar assim, por favor, me reprimam, me internem, pelo amor de Deus. Não tenho o direito de infernizar a vida das pessoas.

Meu primo, entendendo o que passava, pois faz análise há 3 anos, veio me aconselhar que o perdão e o entendimento das mazelas da família dela é a melhor coisa a se fazer. Pois ele já tinha entendido.

Oras! Eu também já entendi direitinho porque tenho Síndrome de Pânico.... de tanto medo que tive a vida inteira de chegar perto da minha mãe. Isso nenhum psicólogo precisa intervir, pois  sou uma pessoa inteligente, segundo as palavras do Marcos Paulo. Eu tenho entendimento das coisas, só não tenho força para acabar com tudo de uma vez...

E ainda tem gente que diz que as coisas não mudam com  o passar dos anos...

Talvez não mude essa intolerância familiar, disfarçada de amor. Talvez não mude esse desamor nascido da necessidade de se fazer melhor e acreditar que o outro fará nossas vidas melhores - como o casamento!
Nos tempos passados, as pessoas acreditavam que o casamento era a solução para todas as mazelas humanas, que o príncipe encantado salvaria a vida das gatas borralheiras. E com o tempo, perceberam que a única coisa certa é que arrumaram mais problemas.

Agora vocês me perguntem o porquê de eu estar escrevendo tudo isso, às 18:51h do último dia do ano?
Ora, porque acredito em mudanças! E se escrevo isso é porque minha vida está mudando, pois percebi o que me faz mal. E percendo o que nos faz tão mal, vamos procurando caminhos para nos tornarmos melhores do que elas - nossas mães, avó e tias. Porque tio e pai e e avô são sempre melhores...
Já observaram que homem não tem mesmo problema?
Bom, pelos menos eles dormem em cima de todos eles, enquanto nossas mães e eu, mãe aqui do Pedro, perco as minhas noites também, pensando em como pagar as contas que se acumularam na educação do meu querido filhão!

Mas a coisa melhor disso tudo que eu falei aí acima é que: "Hoje sou melhor porque o Pedro, meu filho, me fez melhor. E eu sou feliz por causa dele, porque me tornei melhor e a grande mulher que sou!

Obrigada, meu filho!  E Feliz Ano Novo onde você estiver, com os amigos.... Saiba que eu hoje estarei pensando na benfeitoria que fiz na minha vida e para o mundo.

Nossos filhos são melhores do que fomos e os filhos deles também serão melhores do que eles...

E assim caminha a Humanidade.

Quo Vades?

Feliz Ano Novo a todos!

De Coração!



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Outono



Quando o liláses e os róseos pintam ipês,
e bordam o capim-gordura das encotas do caminho,
é o desamor que vem chegando.

Os cheiros da canela, do cardamomo, do aniz-estrelado
que vêm do fogão de lenha
entranham as vísceras,
fazem doer o coração.
Assim, de manso,
tiram o sorriso dos lábios,
mandam os olhos chorar.

Não vou fazer mais bordados,
nem sianinhas, nem bicos de crochê,
nem colcha de retalhos.

Nem lerei os peixes da Adélia
que por muitas vezes povoaram
meus sonhos de um casamento feliz.

Nem os cotovelos se escontarão ou se baterão,
assim... de leve.

No meio de caminho,
as flores róseas e liláses se intensificam.
Aqui, ali, na mata ao longe,

às vezes indecisos, sozinhos,
Eretos, fugidios, sem firmeza.

Sofrimento de amor é bonito de se ter!

Há quem diga que o olhar perde o viço.
Mas buscam longe - lugar da solidão.
Vê com as tintas do infinito
onde os olhos buscam o perdão.

Sofrimento de amor é colcha de retalhos
em cada parte, um verde,
em cada som, um riso,
em cada quadro
o alguém para se lembrar.

(poema escrito em 03/06/2003)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dia 3 de Dezembro... Prima Alice aos 2 meses!


Cantiga dos Pastores

À meia noite no pasto,
guardando nossas vaquinhas,
um grande clarão no céu
guiou-nos a esta lapinha.
Achamos este Menino
entre Maria e José,
um menino tão formoso,
precisa dizer quem é?
Seu nome santo é Jesus,
Filho de Deus muito amado,
em sua caminha de cocho
dormia bem sossegado.
Adoramos o Menino
nascido em tanta pobreza
e lhe oferecemos presentes
de nossa pobre riqueza:
a nossa manta de pele,
o nosso gorro de lã,
nossa faquinha amolada,
o nosso chá de hortelã.
Os anjos cantavam hinos
cheios de vivas e améns.
A alegria era tão grande
e nós cantamos também:
Que noite bonita é esta
em que a vida fica mansa,
em que tudo vira festa
e o mundo inteiro descansa?
Esta é uma noite encantada,
nunca assim aconteceu,
os galos todos saudando:
O Menino Jesus nasceu!

terça-feira, 24 de novembro de 2009




 "No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. 
Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. 
Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. 
Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar.

A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia.”

domingo, 15 de novembro de 2009

Os 4 poemas de Minas... Linda Dora!!!



Dora,rainha do frevo e do maracatu
Dora,rainha cafusa de um maracatu
Te conheci no Recife
Dos rios cortados de pontes
Dos bairros,das fontes,coloniais.
Dora,chamei
Ò Dora!...Ò Dora!
Eu vim à cidade
Pra ver você passar
Ò Dora...
Agora no meu pensamento eu te vejo requebrando
Pra cá,ora pra lá
Meu bem!...

Os claruns da banda militar,
Tocam para anunciar
Sua Dora vai passar,
Venham ver o que é bom.

Ò Dora,rainha do frevo e do maracatu
Ninguém requebra nem dança,
Melhor que tu.
Dorival Caymmi

"Negra como a noite que a luz repele,
Orgulha-te da linda cor da tua pele
E do teu cabelo artisticamente trançado...(Agenor)

Mulher negra, negra mulher,
venha o tempo que vier,
és sinônimo de coragem.
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem....(Jorge Linhaça)"

sábado, 14 de novembro de 2009

Autumn Leaves para Jacqueline....



(http://intothehermitage.blogspot.com/ - The Hermitage - créditos da imagem)

Não gosto de calor!
Nesta época fico procurando no google imagens fotos do outono em outros países.

No blog Certains Points de Vue (http://certainspointsdevue.blogspot.com/) , a Jacqueline saiu fotografando Genebra em sua mais pura canção de Outono.... Lá é frio, muito frio, eu sei! E sei também que o inverno deixa boa parte da população dos países nórdicos deprimidos...
O verão nos deixa mais intensos, belos, dourados, vitaminados... Mas há um sempre mas na minha existência - gosto da aproximação que o Outono e o Inverno trazem.

Ponto básico - não suamos!

Temos suado muito nos últimos dias. O trabalho prazeroso torna-se um tormento. Nem á agua fria e a brisa fresca que vem das montanhas refrescam.

Minha mãe diz que estou exagerando, Guaxupé não é tão quente assim. As temperaturas chegam à 27 graus, o que pra mim é calor imenso, tórrido, do Nordeste! Rs...
Desde bebê, ela diz, que o calor é um tormento pra mim - eu ficava irritada, ranheta, virava o travesseirinho para o lado mais geladinho. Mudava de lugar no berço, virava o tempo todo do sono... desde muito bebê...

À tarde era uma alegria! Abria torneiras do quintal ou do esguicho do jardim e me banhava toda. Parecia uma índia, vivia só de calcinha...


Não aguento mesmo o calor!
Por isso tenho inveja de quem mora lá em cima do mundo, com suas folhas red and gold... When autumn leaves start to fall...
Essa postagem eu desejo a minha querida amiga do Outono de Genebra - a Jacqueline!


Nat King Cole — Autumn Leaves 
(french lyrics by jacques prévert,
English lyrics by johnny mercer,
Music by joseph kosma)

The falling leaves drift by the window
The autumn leaves of red and gold
I see your lips, the summer kisses
The sun-burned hands I used to hold

Since you went away the days grow long
And soon I'll hear old winter's song
But I miss you most of all my darling
When autumn leaves start to fall

C'est une chanson, qui nous ressemble
Toi tu m'aimais et je t'aimais
Nous vivions tous, les deux ensemble
Toi que m'aimais moi qui t'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
Tout doucement sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable les pas des amants désunis

Grace.... Jeff Buckley



There's the moon asking to stay
Long enough for the clouds to fly me away
Well it's my time coming,
I'm not afraid to die
My fading voice sings of love,
but she cries to the clicking of time
Oh, time,
Wait in the fire...
And she weeps on my arm
Walking to the bright lights in sorrow
Oh drink a bit of wine we both might go tomorrow
Oh my love...
And the rain is falling and I believe my time has come
It reminds me of the pain I might leave behind...
Wait in the fire
And I feel them drown my name
So easy to know and forget with this kiss
I'm not afraid to go but it goes so slow...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Poder compartilhar - Danuza Leão




Se a alegria era tão grande, por que ela não me bastava, por que precisava contar? Não posso ser feliz sozinha?
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 QUANDO ACONTECE uma coisa bem boa, qual é meu primeiro impulso? Contar para alguém; aliás, contar para vários alguéns, contar para o mundo. Eu pego o telefone e vou ligando, pela ordem de amizade, só que nem sempre o universo conspira a meu favor.
Outro dia, às 2h da tarde, tive uma boa notícia e corri para o telefone. Na primeira chamada, atendeu a secretária eletrônica, mas nem deixei recado. Na segunda, o celular estava fora de área, na terceira, ouvi um "não está dando para falar agora, te ligo mais tarde"; a partir daí, nem lembro mais. Só poderia contar minha alegria a alguém muito íntimo, e tive aí o primeiro susto: quantos amigos íntimos eu tenho? Poucos, muito menos do que eu imaginava.
Será que Roberto Carlos conseguiu ter 1 milhão de amigos? Se eu tenho tão poucos, a culpa deve ser minha, claro, que não procuro ninguém, e quando me convidam para alguma coisa, com raras exceções, arranjo uma desculpa e digo que não posso ir. Aí fico pensando: preciso mudar. Vou começar abrindo minha agenda e ligando para pessoas que não vejo há séculos para dar um alô, dizer que estou com saudades, perguntar pela vida e terminar a conversa com o inevitável "vamos combinar de almoçar, te ligo". E aí, vou ligar? Já sei que não, e se a pessoa me ligar, talvez diga que estou cheia de trabalho, na segunda-feira vou viajar, que telefono quando voltar. Difícil ser difícil, e difícil deixar de ser.
Com tudo isso até me esqueci do principal: continuei sem ter ninguém com quem compartilhar minha alegria. E é curioso: se minha alegria era tão grande, por que ela não me bastava, por que a necessidade de contar para o mundo? Será que não posso ser feliz sozinha? Por que será que quando se trata de boas  coisas preciso que o universo saiba, e quando estou triste prefiro ficar muda, sozinha? Fiquei pensando em tudo isso, mas continuei sem ter com quem falar sobre minha alegria, que àquelas alturas nem era mais tão grande assim.
O dia foi passando e eu esperando que meus poucos amigos íntimos chegassem em casa para poder contar. Às 7h recomecei a telefonar, e mesmo sem todo aquele entusiasmo, fui logo contando o "acontecido".
A reação foi morna. "Ah, mas que ótimo, parabéns, você deve estar feliz". Mais uma ou duas frases sobre o assunto, e a conversa passou a ser a de sempre: a violência do Rio, o quanto vão roubar com as obras da Olimpíada, a próxima eleição, a dieta que não se consegue fazer, a ginástica que vai mal, e daí a pouco a conversa acabou, com um "vamos ver se a gente almoça no fim de semana", e ponto.
Um pouco mais, um pouco menos, foi igual com todos os meus poucos amigos íntimos, e minha alegria, que tinha sido tão grande, murchou. Eu é que sou louca, pensei, afinal não havia motivo para tanta euforia.
Ou será que havia? E lembrei  de meu pai e de minha mãe; os pais são as únicas pessoas que têm todo o tempo do mundo para nos ouvir e são solidárias não só nas nossas tristezas como também nas nossas felicidades.



Estou sendo injusta,  nossos analistas também nos ouvem; mas às vezes a gente precisa mais do que de quem nos ouça. Precisa que nos ouçam com afeto.

sábado, 3 de outubro de 2009

Experiências...


...dia 29 de Setembro sofri uma cirurgia de vesícula. Nada de mais, apenas uma simples intervenção para tirar algo que me atrapalhava há uns meses.... dores nas costas, que pareciam coluna! Problemas com o vinho, que me levaram ao desmaio uma vez, em São Paulo...
... uns médicos diziam que era stress, outros, labirintite!
cheguei à conclusão que os médicos ultimamente precisam estudar mais, assim como a maioria dos profissionais no Brasil... Aqui tudo vira improviso, como sempre! E ninguém passa a saber nada de nada. São meras suposições! Supõe-se sobre tudo, desde a ida do homem à Lua a uma simples "pedra" na vesícula...
...but I wouldn't speak about this...
Porém o que tenho a falar sobre a experiência é muito mais profundo...
Cheguei ao Hospital às 5:30, estava calma. A atendente preparou minha internação e logo vieram outros comigo - mais 3 pessoas passariam pelo mesmo naquele dia.


Fui para o quarto, logo me troquei para seguir à sala de cirurgia. Vieram duas enfermeiras para aplicar o soro. Deram-me um remedinho azul para acalmar, não era Viagra...
Chegando à sala, Dr. Aulício conversava animado comigo, rindo simpático... Pela quarta vez, ele foi meu anestesista.
Trocamos algumas palavras e bem antes de eu completar o que ia dizer a ele, não vi mais nada. Acordei 4 horas depois, já no quarto ao lado de minha mãe...
Penso que a morte seja assim. A experiência não é nada parecido com um sono profundo, em que sonhamos, traçamos planos, imaginamos, continuamos a vida, resolvemos problemas ou deixamos vir à consciência aquilo que nos aflige pelos dias...
A anestesia geral é a própria morte que nos apresenta em vida, por isso somos animados por aparelhos, entubam-nos para que conitnuemos a respirar.

Um átimo de descuido, vamos para o outro lado - a morte!

A vida é muito frágil. Muito frágil!

A Morte tem muito mais efeito sobre todas as coisas e perdura para a eternidade.

...sempre nos questionamos sobre um outra vida nas conversas, na religião, nas crenças... mas a Morte, meus caros, é a morte pra sempre! Ela vem e não nos resta mais nada. Não temos sonhos e nem mesmo a sensação de estarmos em continuação... Não há Luz no fim do túnel. Não há pessoas e nem antepassados que venham nos alentar. Não há nada senão um vácuo entre um período e outro - o da anestesia, que depois dela acordamos e podemos perceber esse vácuo. Na morte não tem vácuo. Existe o fim.
... e quando eu digo FIM, é fim mesmo!
No íntimo sabemos, por isso sofremos e não queremos a morte daqueles que amamos. Por isso perdemos o sono pelos filhos que estão longe, pela sobrinha desmiolada que não chega na madrugada... Por isso ouvimos um galo cantar na madrugada fria enquanto velamos alguém querido sobre o féretro frio e o rosto inerte... são nossas últimas horas com quem amamos. Depois desse vácuo, nada sobrará - nem carne, nem o rosto, o sorriso... Recorreremos a fotos para lembrar...
O melhor de tudo - morremos, mas também morre aquilo que foi triste, as experiênicas desastrosas, as lágrimas que alguém nos fez chorar.
A Morte tem seu lado interessante - há quem diga que viramos santos! Ela nos deixa santos! Plenos! Viramos coitados...
Contudo, o lado mais triste da Morte são os que ficam - por isso choramos.
...choramos não por aqueles que foram, choramos pela privação da companhia daqueles que tínhamos, choramos pelo abandono, pela orfandade, pelo amor que não teremos mais...

Tenham certeza, meus caros - a Morte é a morte! Não existe o outro lado, não existe o paraíso, não existe as mensagens dos mortos... Tudo são projeções de mentes vivas e muito vivas!

Eu sei que é triste saber disso! ...então devemos amar as pessoas como se não houvesse o amanhã!
É só!







quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Deus é triste!






















Subindo a estrada de Passos que me traz para casa.


Seis horas da tarde é uma hora singular. Simplesmente porque os olhos de Deus, com a cabeça baixa, nos observa, guarda sua ferramentas do dia... leva o rebanho para os currais. O sol deixa-se filtrar nas nuvens com brilho de cristal azul. Seriam as horas dos anjos?
Penso que não. Eles nos encontram muito tristes no final de mais um dia.
O ônibus desce lento pelas curvas de Minas. As suas montanhas azuis. O verde ameno das forragens nos morros bem próximo à estrada... gramíneas, flores do mato.
Percebi que Deus é triste.
As sombras do dia deitam-se em paz sobre a paisagem, descansam os olhos.
As casas perdidas no meio do sem fim. A fumaça encolhida  das chaminés rabiscam o ar limpo. Um boi perdido balança o rabo com prepotência - como se dissesse "eu estou aqui porque quero! Ninguém me leva de volta à casa."
Eu olho mais uma vez o espaço que quase toca o céu de tão alto.
Meus olhos estão parados, firmes, imóveis pela beleza.
Mas Deus é triste.
Sinto como se tivesse em despedida.
Talvez nem perdesse grandes coisas.
Deixaram Deus tão triste...
A paisagem muda com a marcha do ônibus.
Vai escurecendo aos poucos. Aos poucos vou deixando a tristeza de Deus no caminho e vejo que já é noite.
Um pouco da alegria que tenho volta porque o escuro faz a paisagem desaparecer.
Foi salvação.
Os anjos brincaram de tapar meus olhos...

I dream with a kiss upon in his shoulder... It's never over, all my riches for his smiles when I sleep so soft against his...

sábado, 12 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Água Benta

Filho,

Vou orar por você,
E benzer a água no Pai Eterno.
Descansarei meu terço de cristal opala,
Benzerei todas as mazelas dos dia
E o caminho de terra que vai longe.

No cume da montanha verde-musgo
O Ipê amarelo desfolha
As mãos esperançosas colhem o café
Rudes,
Olham o céu - lá vem chuva!
Atrapalhar nossa colheita,
Tirar o pouco que nos deixa
A Natureza,
Os homens de bem,
Os cães que aguardam na porteira.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bardo minêeeero... Sol de Primavera, à vera, havera, saudades...

Quando entrar Sete -eeembro
e a boa nova andar nos ca - aaampos
quero ver brotar o perdão
onde a gente plantou
juntos outra vez

Já sonhamos juntos
semeando as canções no vento
quero ver crescer nossa voz
no que falta
sonha - aaaaaar...

Sol de Primavera
abre as janelas do meu peito!




Conversa de longe (um poema para Adélia Prado)


Para que estas modernidades
Se eu queria ser antiga
tradicional?
Embalar meus filhos,
muitos.
Trocar fraudas,
colocar os dentes-de-leite embaixo do tavesseiro,
rezar o Santo Anjo...
vigiar os olhos semi-serrados mergulhados no sonho profundo
dos castelos das princesas e os dragões.

O carro serpenteia as montanhas de Minas
e quanto mais perto do belo horizonte
mais azuis elas são.
Mais saudosas.

Eu olho a risada branca do companheiro de viagem.
Ele ri dos poemas de Adélia.
Renitente digo "Não ria não!
As palavras dela arranham a alma,
trazem a assombração!"

Ela, com a voz ainda firme,
de moça de cabelos brancos desgrenhados,
faz sarcasmo da realidade que eu desenhei.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Poema que veio de longe..


Passou a vida
pescando vidas
e nas vidas,
imagens.
Lia pensamentos
transbordava sentimentose
sofria, sofria
tanto pelo que via
e pelo que não via.
Sofria pelo mundo.
Um coração único
era pouco para um
universo de dor...
e de amor.
Pescava a dor
e a beleza
nas cenas alheias.
Onde os outros enxergavam
a pobreza ele, ele?
Ah, ele já tinha visto toda a riqueza!

"Imagem: `Pintura de Richard Calil Bulos, enquanto lembrava aqui de sua última exposição em Genebra, na OMC, chamada de "Pêcheur d'Images". Coloquei o título, falei pra ele pelo telefone e e ele adorou. - Pai, tem certeza que não quer vir? Do outro lado aquela risadinha.... - Não, eu não gosto destas coisas. Mas se a tua mãe quiser ela vai! / Danados. Não vieram, nem um e nem o outro. E agora eu olho, pro infinito dos céus que ele pintava e me pergunto: onde será que andam aqueles dois? Porque com certeza andam aí pelo universo a perambular juntos, nunca se separavam para nada... / E penso que a vida deles foi um poema, um poema de amor. Eterno e que durou. "
(essas palavras não são minhas, mas de uma amiga querida, que veio de longe, muito longe, das terras suíças... Jacqueline Bulos Aisenman)

domingo, 26 de julho de 2009

Comprem a minha briga! Vamos!!!


http://vigilantesdaautoestima.zip.net/arch2009-07-19_2009-07-25.

Passeando por aí, encontrei esse BLOG (no link acima) e achei genial a proposta de Gisela Rao - criar o Dia da Manifestação. Vamos?!


Indignem-se comigo!!!

Vamos colocar a boca no tronbone contra a corrupção, contra a incompetência de nossos chefes e diretores, e de alguns professores também (pronto, falei!)


Vamos manisfestar contra a atual política da educação do estado de São paulo e contra o SERRA também, contra o Aécio Neves que promete e faz propaganda suja na TV proclamando melhorias na Educação no estado de Minas e, de real, não há nada! isso porque ele está querendo ser Presidente do Brasil...rs!

Meu Deus! Meus deusinhos todos! Não aguento mais essa política fisiológica no meu país!

Vamos destruir tudo!
Vamos boicotar as novas eleições.
Vamos votar em branco ou nulo!!!