sábado, 21 de julho de 2007

Eu moro aqui, nessa cidade! Esta é a paisagem que todos os dias vejo em primeira mão quando acordo. Não é o máximo?

Muitas das minhas poesias eu componho observando as cores da minha cidade. No inverno, não sei se é o sol que ilumina mais inclinado o hemisfério sul, mas as cores ficam incríveis! Gosto bastante desta época, gosto especialmente do vento geladinho batendo no meu rosto, pelo meu corpo todo quando saio para minhas caminhadas diárias. O poema abaixo foi feito no inverno do ano passado. Tento traduzir em palavras todas as nuances de luz que vejo pelo meu caminho. Bom, eu tento!


Entardecendo

Tons amarelos esmaecidos
Bordam os restos da tarde
E ainda hoje não te falei de amor...
Vinha calma subindo a rua
Olhei a cidade
Nenhum barulho
Apenas pássaros passavam rasantes num assovio único
Escutava a calmaria da cidade
Olhei o céu
O sossego do nada
Estáticos, os tons pastel das casas
Faziam-me refugiar num suspiro
Como há muito faço
Pensei:
Que significado tantos procuram para a vida?
Se tivessem meus olhos saberiam...
O doce perfume das árvores carregadas
A poeira seca e vermelha que sobe os céus
Os últimos raios que tingem minha tela furta-cor
Um carro antigo que sobe a rua
As casas harmoniosamente coloridas
Os ipês florindo destoando de todos os amarelos
E mais uma vez!
Não te falei do meu amor!
Se tivesses meus olhos saberia
Das cores incríveis que levarei comigo
Por toda a vida!

Aventuras do olhar... 55ª Festas das Orquídeas de Guaxupé, MG