quinta-feira, 25 de março de 2010

Que medo alegre o de te esperar!


O Fábio Fantini é uma amigo querido do meu coração. No entanto, uma vez, na porta do Teatro Municipal, na semana que antecipava o Natal ele disse que tinha lido o meu blog e que era "amor demais, muito amor, que eu amava demais". Amor demais pra ele! Eu respondi que não havia jeito, eu era como me apresentei! A outra pergunta se seguiu infame - então por que está sozinha, se o amor é o prazer da companhia?  Respondi que tenho prazer pela companhia de muita gente, e não havia um único específico. Tipo eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também...

Mas falar de amor é uma das coisas de que mais gosto - essa paixão pela palavra é que me encanta.Por isso leio os contos de amor, de fadas e princesas encantadas para meu alunos. E vejo os olhos sonhadores viajando nas minhas palavras misturadas às mágicas das fadas, aos encantamentos, aos tapetes voadores e seus enigmas...

Quando criança sempre sonhei em ter um tapete mágico que me levasse para todos os lugares. Hoje revolvo aos meus sonhos de criança nesta tarde amena de Outono, de sol brilhante e céus azuis de poucas nuvens.
Meus sonhos andam voadores, vão buscar longe saudades de quem nem conheço pessoalmente, feições, trejeitos, vozes, cantares, sorrisos. Ah, as gargalhadas e os deboches de quem ainda tão novo já celebra os momentos de sua morte. E ela tem data!

E meu tapete persa, voador, bordado de fios de seda e lãs tingidas com as cores dos meus sonhos viaja pra longe na noite azul, de  lua turca e das estrelas.
Olho pela janela e o suspiro vai longe com o ventinho doce que bate em meu rosto . Meu corpo  evola os sabores do sexos e enrola-se lascivo nas mantas de nuvens cor de prata azulada.

Releio meu texto várias vezes procurando palavras certas para rechear vãos que sobreviveram de épocas mais rudes. Será que o que escrevo é verdadeiro ou uma cópia de tudo que já li nos livros, nas canções e versões que tento a todo custo ingerir das terras que nuca visitei? Simbolismo nefelibata - sonhadora é a palavra que  me deram outro dia. E como gostei, porém tenho perfeita certeza de que não vivi, passei!
Será?

(Mais uma vez eu dedico o texto ao José Victor, lá de Fortaleza...)