quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tristeza profunda

Estou muito triste hoje. Passei assim o dia todo entre lágrimas e risadas, uma montanha russa de sentimentos que se mesclaram, mas perdura o luto.Como se eu tivesse enterrado alguém muito caro em minha vida. A sensação de que se é uma poça d'água também permanece. Liquidificou-se alguma parte de mim a qual não sei bem, não me dei conta dela ainda. Custará mais alguns dias? meses? ou anos para que eu tome a devida sensação de que algo aconteceu neste dia de hoje.
Os sentimentos imediatos são obscuros e enigmáticos, depois de anos vamos dar conta de que algum farrapo ficou daquilo tudo e saberemos dedilhar como as letras de uma cartilha quando se tem sete anos de idade. Hoje, aos seis, cinco anos de idade, porque tudo corre. A urgência do tempo devora todas as fases que antes eram determinadas e comportamentais, condicionadas. Mas não devora o amor, este só fica corroendo corações, mentes e fronhas de travesseiros. Galos cantam pela imensidão da noite. Antes eu gostava de ouvi-los porque acordava em paz e sabia o que ia fazer no outro dia. Era como se tudo  estivesse no seu devido lugar, a mesa posta para o café às 6 da manhã, o caminho para a escola, os alunos, a lousa, as palavras de anos repetidos.
E as melodias tristes que tenho ouvido contam histórias que vivo, não são imaginações como me contava um mestre das línguas nos tempos de faculdade. Antes fossem magias, lendas, contos de fada...
Minha alma é triste como dizia um poeta que nem me lembro bem e que  faz parte das minhas madrugadas de trovador bêbado.
Um grito abafado soa entre meus braços e o violão que tenho guardado atrás da porta - nem pra isso me dei! sonhos, sonhos, vontades, mas a tristeza pegajosa dos dias sai como uma gosma verde a maltratar minha pele.