terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bardo minêeeero... Sol de Primavera, à vera, havera, saudades...

Quando entrar Sete -eeembro
e a boa nova andar nos ca - aaampos
quero ver brotar o perdão
onde a gente plantou
juntos outra vez

Já sonhamos juntos
semeando as canções no vento
quero ver crescer nossa voz
no que falta
sonha - aaaaaar...

Sol de Primavera
abre as janelas do meu peito!




Conversa de longe (um poema para Adélia Prado)


Para que estas modernidades
Se eu queria ser antiga
tradicional?
Embalar meus filhos,
muitos.
Trocar fraudas,
colocar os dentes-de-leite embaixo do tavesseiro,
rezar o Santo Anjo...
vigiar os olhos semi-serrados mergulhados no sonho profundo
dos castelos das princesas e os dragões.

O carro serpenteia as montanhas de Minas
e quanto mais perto do belo horizonte
mais azuis elas são.
Mais saudosas.

Eu olho a risada branca do companheiro de viagem.
Ele ri dos poemas de Adélia.
Renitente digo "Não ria não!
As palavras dela arranham a alma,
trazem a assombração!"

Ela, com a voz ainda firme,
de moça de cabelos brancos desgrenhados,
faz sarcasmo da realidade que eu desenhei.