domingo, 9 de dezembro de 2007

Mais um Sagitariano ilustre!

Este poema fez parte dos meus primeiros anos de Escola...


Meio-Dia
Meio-dia. Sol a pino.
Morre de manso o regato.
Na igreja repica o sino;
Cheiram as ervas do mato.

Na árvore canta a cigarra;
Há recreio nas escolas:
Tira-se numa algazarra,
A merenda das sacolas.

O lavrador pousa a enxada
No chão, descansa um momento,
E enxuga a fronte suada,
Contemplando o firmamento.

Nas casas ferve a panela
Sobre o fogão, nas cozinhas;
A mulher chega à janela,
Atira milho às galinhas.

Meio-dia! O sol escalda,
E brilha, em toda a pureza,
Nos campos cor de esmeralda,
E no céu cor de turquesa...

E a voz do sino, ecoando
Longe, de atalho em atalho,
Vai pelos campos, cantando
A Vida, a Luz, o Trabalho!

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 1865 — Rio de Janeiro, 28 de Dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.