sábado, 4 de agosto de 2007

Olha o que li por aí...

"Tu queres tornar-te um político, governar a cidade, olhar pelos outros, e ainda não te olhaste. Se não cuidares de ti mesmo vais ser um péssimo governante."

Sócrates

Voltando ao bêbado...

"Perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto...e hoje quando me lembro é com saudade de mim!" diz Mário de Sá Carneiro. O bêbado não estava com saudade de ninguém. Desfiou o seu rosário de pérolas pela cidade e incontidamente realizou muitos que sufocavam sua náusea no travesseiro. Acordou galos, fez a cortina do vizinho deslizar pela janela e olhos sorrateiros roubarem um pouco de sua coragem. Dormimos realizados.
Eu invejei o bêbado. Quantas vezes não tive o desejo de fazer o que ele fez. Por ironia, desistimos e em nome de nossa falta de coragem e do medo, engolimos pessoas, empregos, pretensões. Deixamos de ir viver a vida e criamos personagens atrás da tela do computador. Desistimos da vida.
E o bêbado vai indo, equilibrando-se, ousando e destituindo a mente dos conservadores. Desconstruindo fio a fio tudo aquilo tecemos e esculpimos sobre nosso rosto.
Nunca, em todo tempo da humanidade, bebeu-se tanto. É um escapismo para lembramos que somos crianças e podemos brincar? Esquecemos que brincávamos e sonhávamos enquanto criávamos. Substituímos o sonho pelo concreto.




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Bêbado que nem um porco no mundo da lua...

Ouça a música Lilac Wine, de Nina Simone que Jeff B. canta soberbamente...

"Lilac Wine"

I lost myself on a cool damp night
I gave myself in that misty light
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see
and be what I want to be
When I think more than I want to think
Do things I never should do
I drink much more than I ought to drink
Because I brings me back you...
Lilac wine is sweet and heady,
like my love
Lilac wine, I feel unsteady,
like my love
Listen to me...
I cannot see clearly
Isn't that he coming to me nearly here?
Lilac wine is sweet and heady
where's my love?
Lilac wine, I feel unsteady,
where's my love?
Listen to me, why is everything so hazy?
Isn't that he, or am I just going crazy, dear?
Lilac Wine, I feel unready
for my love...

Bêbado e realizado!!! kkkkkk

Agora, agorinha! Passou um bêbado gritando: "Enfia no cu! Enfia no cu! Enfiiiia tuuuudo no cuuuu!" Sua voz ecoava morro abaixo, descia, frutificava na cidade morta! Fui a janela e ele sem cerimônias, mais uma vez e olhando para mim: "Enffffia no cú!!!" Este sem dúvida alguma deveria vir com aquele acento que as crianças desconhecendo as regras, colocam expressivamente nos muros das cidades. Que voz gutural! Que delícia! sorvi cada letra daquela temerosa frase que muitas vezes não falei. Vou comemorar! Fazer companhia ao bêbado.
Coisa engraçada que é a pinga... Bebida chama bebida...Deu vontade de beber um Arak! Outros usam um Bourbon, alguns Vinho ou Cognac... E minha boca saliva os sentidos de me sentir bêbada!

Minha amiga Mariangela Farah dia desses encheu a cara. Literalmente, encheu a cara. Dormiu como um~.~.~. passarinho ~.~.~.bêbado, ou melhor uma grande ave bêbada. Mariangela parece uma garça esbelta, elegante. E nunca, nunquinha a imaginei bêbada. Feito um gambá...

Sem titubear, vou a cozinha, pego o gelo e coloco um dose poderosa de Arak num copo próprio para este tipo de bebida. O primeiro trago é forte, mas aos poucos o sabor do anis sorve minha garganta, meu corpo todo, e principalmente a mente.

Nunca escrevi sobre o efeito dessa bebida que, segundo meu amigo Eli, tem efeito narcótico poderoso. Das arábias. E o meu é poderoso, veio de Biblos, autêntica bebida.

O primeiro efeito chega: mãos geladas, tumulares... Gostaria de ficar azul, como Sidarta nos livros de história.
Ouço "Sous le Ciel de Paris" na voz passarinhante de Edith Piaff... Minha mente dá voltas com a música! Sou uma sofisticada. Nenhum dinheiro no banco, contas a pagar, sonhos a realizar. Não sei por onde começo! Se pelos sonhos, pois já sonho demais, menino! Ou as contas? Só se for por contagotas. O dinheiro anda em gostas... para todos n o meu país! Ainda hoje li uma reportagem na Isto É que diz qeu o brasileiro está enriquecendo. Bem, o ricos estão cada vez mais ricos! Há um alento em tudo isso, pois temos o que dizer em nossas crônicas ou artigos políticos.

Pots, como diz minha amiga *Elze e Ninguém mais (nome prosaico, adorável!), escuto Nina Simone e escrevo minhas perturbações pedagógicas de um piano machucado ao fundo. Um estudo infantil em bemol, entristecido e trágico! Eu não sou trágico. Apenas sinto admiração pelo nebuloso, entristecido, um charme blues. Adoro especialmente a palavra m-e-l-a-n-c-ó-l-i-c-o... e ela canta ...the rain drops never follows little boy blue ... little girl blue ...
Agorinha descobri porque meu caro amigo Jeff Buckley gostava tanto de uma birita... o trem sai gostoso: palavras pefumadas embriagam quem as lê. Um outra amiga leu um de meus poemas e disse: "Vc tem jeito pra coisa e faz alegre a todos que o lêem! E meus poemas são um canto de amor por mim mesmo! De amor pela vida, pela música porque ambas - música e vida - anda acomunadas em mim. Mas optei pelas palavras. Excêntrico garoto! Sempre tive mais talento paras as palavras que a música. Lembro de quando minha mãe matriculou-me nas aulas de piano. Eu literalmente surrava suas teclas. Era uma temperamental. Errava as notas e num surto de deboxe, batia meus dedos pequeninos sobre as teclas, desenfreadamente! Não sei por que parei. Sabia que tinha talento. Sou uma encardida, sufoquei meu talento pela música. sempre tive bons ouvidos.
Até agora falei de mim. Esqueci do bêbado. Mas que bêbado! Pleno bêbado! Lorene Plena! Bêbada Lorene! Se continuar, falarei de mim por toda a eternidade. Se existir esse adjetivo toda para eternidade ?! Fim. É o fim. The End. Le grande finale... sou um clown^.^

Este poema? Não sei, não... Andava meio niilista, suicida demais...kkkkkkk

O pulmão avisa
Solidão à vista!
E olho meus olhos secos do tempo
O sol apareceu de leve
E a música do Chico alerta
Este amor tende acabar


A música entra suave nos sentidos
A gripe suarenta aos poucos me deixa
Mas ainda estou perdida nalgum canto
Numa outra estrada perdida.



Na tela do computador
Fui deusa, flor azul
Motoqueira, músico, escritor...
Poemas, mentiras, retratos...



Perfume de Domingo
Feijão na panela, carne seca, paio e toucinho
Sei não, me deu uma vontade de morrer!
Acho que incorporei algum poeta noctívago!
E a gripe não sara!

24/06/2007