Agosto
A fumaça das queimadas precipita sobre a cidade
O ar frio da noite que entra.
O vento bate, arranha meu rosto
Ranhura de galhos secos.
Gosto de espinho na boca.
As flores explodem pelos caminhos,
erraram a época para enfeitar meus olhos
- amarelas, brancas, lilases, carmim.
O caminho é o êxtase completo.
A Lua vaga coroa minha cabeça
brincando de rodopiar.
Abro meus braços num abraço
acaricio o vento, a paisagem.
Aquele planeta que finge de estrela me chama
e, no meu peito, a urgência da criação,
feito ardência,
ansiedade,
feito choque.
Nos segundos,
A noite termina sua entrada
A alegria do encontro entre sol e escuridão se foi
Na minha impaciência
a vinda das próximas horas,
a madrugada,
a fome,
o bocejo de todas as manhãs.
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