E para terminar o dia, à tardezinha tem a imagem da cidade vista e fotografada de outro anglo pela Vanessa, uma cara amiga que descobri nestes encontros que a vida trata de nos proporcionar...
E por esses ângulos vou enxergando a cidade e vendo minha alma cheia de perdas que o tempo anda tratando de levar...
A Lua nasce quase vendo o sol do outro lado ainda avermelhado dos seus últimos raios. Agora dei pra não gostar da noite, pois antes era o que mais aguardava. As estrelas todas compondo contelações, nomeava-as uma a uma. Hoje já nem as encontro mais. A luz artificial da cidade tratou de escondê-las e escondeu também meu romantismo, minhas companhias, meus anos de sonhar com um alguém que pudesse viver comigo tudo aquilo que imaginei pra mim - o gosto pela música, pelo cheiro de mato, pela tardezinha e a noite caindo devagar, o som do violão, da poesia que tudo isso nos faz sentir..
...e agora eu fico torcendo pra noite não chegar, mas ela vem e traz com ela os fantasmas das pessoas que já partiram e que foram levadas a pouco.
Vejo o clarão em torno da Lua dessa noite com tristeza e solidão. Penso nos meus tios que um pouco mais distantes, veem a mesma Lua das montanhas da cidade de Tiradentes. Sinto a dor que sentem como um aperto no coração. Digo para mim mesmo "precisava estar lá, talvez eu pudesse acalentar a dor deles de alguma forma". E também acalentar a minha, mudar de ares, esquecer de pessoas que nos fazem sofrer até mesmo sem querer.
Eu entendo, eu sei que entendo, mas o sofrimento não vai embora, não quer sair. E fico feliz com apenas um "Oi" que vem de longe, muito longe.
"Quem sabe se eu fosse pra lá, eu arrumo alguém diferente, com outra cabeça, com o mesmo gosto que o meu?"
Eu me faço essa pergunta em silêncio, porque já enchi de ficar sozinha sem ninguém pra conversar... Meu filho estudando, minha sobrinha também, tem lá as vidas deles.
Meu pai, minha mãe, minha cachorra dormindo, dá um suspiro fundo e continua no seu sono profundo. Eu olho pra trás para vê-la sobre a cama e dou um sorriso. Balanço a cabeça. Só me resta escrever, colocar nessa folha o meu sentimento, a minha resignação da velhice que não tarda, da solidão que é implacável para todos. Mesmo para aqueles que vingam a idade, que a ingana com a modernidade e a tecnologia dos produtos, das roupas, das ideologias novas...
Resta apenas eu ainda esperar por alguém que esteja disposto a conversar pelo MSN, ler um mensagem dessas condensadas, porque as pessoas modernas, mesmo com as facilidades, têm preguiça, ainda mais preguiça de se lançar no mundo das palavras verdadeiras, fresquinhas, feitas na hora! Copiam e colam mensagens! Por preguiça, por acharem que é hightec, por ahhhh, por desleixo mesmo. Por esquecerem que amizade e amor se fazem é com o coração!
Olá Lorêny!
ResponderExcluirQue imagens lindas!! Minha mãe nasceu em Guaxupê e quando eu era criança eu fui conhecer esta cidade e meus bisavós. Nunca mais esqueci esta viagem, muito linda!
Origada por suas palavras carinhosas, fiquei feliz que tenha aproveitado os PAPs.
Bj e bom final de semana