quarta-feira, 7 de abril de 2010

Silêncio na manhã


Você não fala comigo
esconde-se!
Meu coração ainda florido
de tanto amor que te dediquei.
Mais um dia se foi
Nenhum significado guardado
nenhuma flor de fitas eu fiz
nem o café de sempre tomei
ando sentindo enjoos 
aguardando as madrugadas.

O sol vem vindo avermelhando o escuro da noite
e saio pra mais uma manhã
Olho a estrela azul!
Hoje o dia nasceu frio
As primeiras sombras em meio a neblina
Dizem um bom dia desanimado, tremido
O vapor dos corpos amanhecidos soltam-se
E não me esqueço de lembrar
de quando criança brincava de sair pelo quintal gelado
e gritava:
- Olha, estou fumando!
Minhas tias com suas coisas antiquadas
Chamavam;
- Corre pra dentro, pestinha!
Esqueceu que tem dores de gargantas terríveis?

O frio continuava assim cortante por dias.
Levantava-me cedo
Gostava de sentir os ventos gelados no corpo
 que quase não sentia a estação
Era forte, de corpo vigoroso, moreno
Pequena.
Corria ao galinheiro pra pegar ovos,
Espantava as galinhas
Que sopravam também seus vapores do gelo das manhãs.
O frio era um festa pra mim!

Hoje ele vem cortando
todas as manhãs dos dias que não vivo
sofro por um silêncio
e olho o céu de quase inverno
avermelhado, grave
No horizonte 
suas nuvens cinzentas enviando mensagens.

(Para o José Victor, que gosta de melancolia...)



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