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Não seremos marido e mulher
Nem mesmo amantes
Que tal apenas namorados intermitentes
Docemente nos amando itinerantes
Trocaremos afagos
Quando o dia amanhecer na encruzilhada
Deixarei em você meus cheiros de mulher
Lançaremos olhares disfarçados
Que certamente passarão despercebidos
Pois namorados são de deuses os protegidos
Quando nossas mãos orçarem-se furtivas
Vão insinuar desejos abafados
Pelas regras da vida censurados
Mas que são flores no canteiro
Sempre-vivas!
Ao nos encontrarmos pela tarde rua acima
Lá, onde a mangueira domina a rotatória
Assinarei um verso sublimado
A grafitar nossa parede divisória...Flora Figueiredo
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