Assim a vida vai se construindo sem inovações e vamos tendo que nos acostumar com cada buraquinho do caminho. Ano passado menos, 2008 mais.... e por aí vai!
Mas isso é consolo de quem já percebeu que não há muito o que fazer em um país que vive das espectativas mundiais, das alterações da bolsa, do mercado econômico mundial. Tirando de leve as grandes catástrofes que envolve neste momentos os flagelados das enchentes dos últimos dias.
Elegeram o Obama nos EUA, mataram tantos no trânsito no Brasil que dava pra fazer uma guerra mundial! E as crianças assassinadas brutalmente por "pais" e adultos que nem sei como classificar!?
É, o mundo anda bem mal... cada vez pior! E eu aqui nem faço nada pra que ele melhore. Vou montando minha árvore de Natal ano após ano... Colocando novos enfeites, que são meros retratos da economia. Se ela é mais alta e mais rica, reflete o poder aquisitivo de cada casa. A minha é cuidadosamente enfeitada e cada ano fica mais rica...
Neste ano, o meu astral andou melhor do que nos outros anos. O velho "espírito de porco de Natal" este ano deixou-nos de lado. Foi assombrar outras famílias menos afortunadas pela Paz.
2008 foi um ano em que cultivei um pouco mais a minha paciência. Presenciei outras tristezas. Aquelas que além de corroerem a alma, corroem também a carne. Levam cada pedacinho do nosso sentimento, porque vemos as pessoas que amamos, ou simplesmente por quem passamos a ter compaixão, sendo levadas aos minutos, aos segundos. Cada um contado dedo a dedo... Esse pra mim é o maior sofrimento. Mas é um sofrimento que nos transmitem paz, pois sabemos que aqueles que estão no Hospital do Câncer em Barretos, estão em busca do sonho de se verem curados. Todos, de alguma forma, querem viver. E acreditam na vida, pois saem dali a cada dia aliviados, como se tivessem deixado lá um parte ruim delas para eu fosse reciclada, lavada, reconstruída a espera de um milagre.
Andei meio sem inspiração em 2008. É como se eu estivesse vazia. Neste momento, procuro palavras para esboçar este meu vazio que me acompanhou mês a mês particularmente este ano.
Seria um ensaio para algo maior e melhor?
Não sei! Surpresas me aguardam? Espectativas?
Nenhuma!
Para 2009 não há espectativas, pois já disse acima que a vida segue igual neste país cheio de problemas econômicos e desigualdades.
Não quero espectativas!
Penso em uma cerveja gelada que me espera na geladeira...
A chuva cai fria nesta noite de sexta.
Os jovens reclamam por não terem o que fazer.
A cidade é pequena, morosa, aos poucos ela se esquece de crescer... As luzes tremeluzindo nos reflexos da água no calçamento secular avisam que aqui o tempo vai devagar como as espectativas dos que aqui moram. Tudo anda vazio demais.
... e um rock de Jeff Bucklley rola ao fundo falando também deste vazio que eu sinto no momento.
Um vazio cheio de sentimentos. Um vazio que busca explicação. Um vazio que se repete no pensamento de muitos que fazem a mesma reflexão todos os anos, bem no finalzinho...
Hoje já são 27 de Dezembro de um ano que quase nem vi passar.
Passou aéreo, sem nexo em muitos momentos...
É um ano que se fez cumprir nas "profecias" de alguns cientistas peocupados com os transtornos do clima causados pelo aquecimento global.
A cada noticiário que vejo, assisto-o perplexa, mas ao mesmo tempo consolada com as previsões ouvidas há dois anos na voz de Leonardo Boff, de Al Gore e muitos outros... Penso "poderia ter sido pior"! Viro pro canto e durmo mais uma noite assim, calma, como se tivesse vendo um filme e o desligasse no controle remoto ao lado do criado-mudo!
Boa noite! Amanhã vai ser outro dia. Será igual?
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