sábado, 17 de agosto de 2013
quarta-feira, 29 de maio de 2013
De volta!
Só escreve bem quem lê ou quem se
aventura no mundo das ideias.
Uma vez,
assistindo a um programa do Jô Soares, vi e ouvi de uma atriz as suas
experiências de se aventurar no mundo no mundo das ideias. Ela disse nesse
programa que quando assistia a um filme ela se tornava aquele filme. Saia, já,
do cinema, sentindo-se a heroína do filme. E, por muitos dias ou meses, ela
procurava se apoderar da personagem nos modos, na fala, em como se vestir.
Depois de muito tempo que se deu conta disso. Assim, também, acontecia com os
livros que lia e atualmente, com as personagens que realizava no teatro ou
cinema. Achei interessante porque eu, de alguma forma, passava pela mesma
experiência de vivenciar meus heróis de filmes, livros e música. Tornava-me
namorada deles e sonhava acordada, mergulhando em um mundo de encantamento que
só a ficção nos faz entrar. Até hoje sonho com os poemas de Adélia Prado porque
sinto ser as mulheres que ela poetiza com tanta realidade. Em meu perfil há um
poema dela, que também está em meu blog onde escrevo meus sonhos, minhas maluquices,
meus dissabores. E este poema me e tão real, que ao lê-lo me transporto para
seus versos e sinto mesmo ser aquela mulher que ela descreve tão bem. É tocante
como a arte nos faz melhores do que somos, uma agente transformadora de mundos
possíveis e impossíveis.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Mas eu queria que ela ficasse....
2013 já está aí, mas nunca imaginei que estaria sem minha mãe no princípio de um novo ano. Ela se foi dia 26 de Dezembro, um mês antes de completar 74 anos. Na realidade, ela já estava indo aos poucos, vítima de câncer desde Abril.
No início, a doença foi como um grande estrondo em nossas mentes, mas pensávamos que seria possível qualidade de vida durante e após a sua cura. Acreditávamos em uma cura. O que não foi possível. Foi vitimada por um tumor violentíssimo no cérebro - Astrocitoma Anaplásico de IV grau. Pela idade, os médicos deram o laudo - ela teria apenas alguns meses de vida.
Mas eu ainda acreditei em milagres - rezei, orei, pedi como nunca havia pedido nada a Deus. Perdi a Fé muitas vezes, revoltei-me, e, diante de sua melhora, não rezei mais, esqueci. Talvez eu não estivesse em vigília constante, fui assaltada pelos guardas romanos, enquanto eu descansava e Jesus também pedia ao Pai que o "afastasse do cálice tinto de sangue". Não foi possível, assim como não foi possível Cristo livrar-se da morte crucificante que o aguardava.
Muitos mistérios nos cercam, como o dia de nossa morte. Pelo menos a morte de minha mãe foi uma certeza destas que a doença nos faz consumir aos poucos e nos faz acreditar que só sua partida fosse algo aceitável. E por mais que acreditemos nisso, a sua ausência nos entristece, quase sempre vem como um susto quando percebemos que ela já não está presente entre nós.
Dela somente guardaremos o sorriso, a graça de como viveu a vida, de sua austeridade perante a vida e a capacidade de mudar aos poucos, que foi uma das grandes reviradas em sua caminhada. Ela soube com sabedoria tornar uma mulher mais jovem a cada dia, por isso não queria que ela se fosse. Nos seus 73 anos de vida, ela tinha muito mais o que aprender porque seu espírito era jovem, ansioso por aprender. Acho que ela só não teve coragem, algumas coisas que não ouso dizer aqui a consumiram antes que ela despertasse para a verdadeira maneira de viver. Ela aprendeu, mas desistiu na metade do curso...
No início, a doença foi como um grande estrondo em nossas mentes, mas pensávamos que seria possível qualidade de vida durante e após a sua cura. Acreditávamos em uma cura. O que não foi possível. Foi vitimada por um tumor violentíssimo no cérebro - Astrocitoma Anaplásico de IV grau. Pela idade, os médicos deram o laudo - ela teria apenas alguns meses de vida.
Mas eu ainda acreditei em milagres - rezei, orei, pedi como nunca havia pedido nada a Deus. Perdi a Fé muitas vezes, revoltei-me, e, diante de sua melhora, não rezei mais, esqueci. Talvez eu não estivesse em vigília constante, fui assaltada pelos guardas romanos, enquanto eu descansava e Jesus também pedia ao Pai que o "afastasse do cálice tinto de sangue". Não foi possível, assim como não foi possível Cristo livrar-se da morte crucificante que o aguardava.
Muitos mistérios nos cercam, como o dia de nossa morte. Pelo menos a morte de minha mãe foi uma certeza destas que a doença nos faz consumir aos poucos e nos faz acreditar que só sua partida fosse algo aceitável. E por mais que acreditemos nisso, a sua ausência nos entristece, quase sempre vem como um susto quando percebemos que ela já não está presente entre nós.
Dela somente guardaremos o sorriso, a graça de como viveu a vida, de sua austeridade perante a vida e a capacidade de mudar aos poucos, que foi uma das grandes reviradas em sua caminhada. Ela soube com sabedoria tornar uma mulher mais jovem a cada dia, por isso não queria que ela se fosse. Nos seus 73 anos de vida, ela tinha muito mais o que aprender porque seu espírito era jovem, ansioso por aprender. Acho que ela só não teve coragem, algumas coisas que não ouso dizer aqui a consumiram antes que ela despertasse para a verdadeira maneira de viver. Ela aprendeu, mas desistiu na metade do curso...
Por que Deus permite que as mães vão se embora?
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
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