
Teu rosto é pedra.
Teu sorriso, joio.
Mas teu ar é trigo e deita complacente na terra plana.
E varre vento e toca folha.
Saber sofrer é destino.
É como brilho de Lua
Que rouba nuvem,
Pastagens do céu.
Um dia fiz um vestido de pano estampado.
Era jardim primavera.
Fui no baile, dancei.
Depois esqueci o vestido, vendi por uns tostões.
Não quis.
Envelheci 20 anos .
Hoje me lembro do vestido
De saia rodada, primaveril.
O tempo é engraçado.
Ele volta,
Não quer ir embora nunca.
Rejuvenesci 40.
“A dona parece que tem cinco anos!”
Assim disse a menina, sorrindo da carteira da escola,
Cúmplice dos meus desejos.