
Olho para o alto imaginando a dor que sentem as estátuas que seguram o telhado.
Ficaram aí paradas no tempo. Absortas.
E, absorta, eu sempre subi essa rua, desde que moro aí.
Sempre carreguei dentro de mim uma mulher antiga, resignada a tudo que vi passar.
Hoje, escrevo meus poemas, colo-os, modifico suas linhas.
Recorto palavras repetidas...todas com o auxílio do computador. Ironia.
Aquela mulherzinha, meio índia de 4 anos, estampada acima, revelando minha quase personalidade, sempre foi meio velhinha. Gostava (e ainda gosta) de jazz & blues dos tempos de minha avô menina... e sempre carregando os olhos firmes, profundos, de recolher na alma todas as infelicidades do mundo e seus questionamentos.
Frequentemente viajo no tempo e encontro uma criança que observava entristecida, circunspecta o que o mundo lhe ditava. Nos meus pequenos passos, subindo a rua,
descobria a alma das casas, das janelas, das nuvens...